16.08 - quarta
Sala Walter da Silveira
Mostra de Curtas “Partilhas Transatlânticas”
+
Bate-papo com realizadores
9h - 12h | Sala Walter da Silveira
Abrindo os trabalhos, a mostra de curtas evoca o Atlântico e centra-se na movência das águas e seus sentidos para provocar trocas e conversas sobre linguagens, poéticas e políticas que versam sobre a relevância desse elemento nos modos de habitar e experienciar a terra em ambos os lados do Oceano.
Convidades: Victor Mota, Coletivo Trama, Ana Caminha
Mediação: Gabriella Suzart e Marina Novaes
Local: Sala Walter da Silveira (DIMAS - Governo do Estado da Bahia)
R. Gen. Labatut, 27 - Barris, Salvador - BA, 40070-100
Curtas
#01 PAXU
Híbrido |Colorido |17 min |BA | 2021| Classificação Livre
Victor Mota
Paxu é o resultado da equação entre as fontes de água do bairro de Pernambués, em Salvador - água rara encontrada abaixo do concreto - e a farinha de guerra, farinha de mandioca, a mesma do pirão de sábado na casa da Rua Santa Veruza, em cima do Verde Recanto. A combinação do Google Street View com efeitos de fundo verde encontrados no YouTube, vídeos e fotografias do bairro, cria um mosaico audiovisual que destaca as tensões e contradições presentes no bairro e a complexidade de sua cultura e de sua história. Ao mesmo tempo em que celebra a riqueza do bairro, "Paxu" também aponta para os desafios e as lutas enfrentados pela comunidade. O primeiro corte do filme integrou a residência online F(r)icções - cartografias em tempos de crise do Intervalo Fórum de Arte em 2020. Em 2021, o segundo corte foi apresentado presencialmente no encerramento do Ciclo III da Residência da Pivô Arte e Pesquisa em São Paulo/SP. Participou da Mostra Relâmpago - Filmes de água em Campo Grande/MS. Em 2023, participou da exposição do educativo do MUNCAB/BA - Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira.
#02 PESCADORAS EM REDE: as mulheres da Gamboa de Baixo
Documentário | Colorido | 14 min | BA | 2022 | Classificação Livre
Lucas Ribeiro, Luísa Caria, Coletivo Trama
A partir do registro das mulheres pesqueiras da comunidade da Gamboa, frequentemente invisibilizadas, o curta tem o intuito de contribuir para o reconhecimento desta prática ancestral que se mescla com a história deste território. As vozes das figuras que protagonizam o curta evocam memórias e contam sobre as disputas pela permanência e as articulações tecidas pelas mulheres negras na manutenção da vida da sua comunidade.
#03 As Lavadeiras do Rio Acaraú Transformam a Embarcação em Nave de Condução
Experimental | Colorido | 12 min |CE | 2022 | Classificação Livre
kulumym-açu
O fluxo das águas do Rio Acaraú que atravessa a cidade de Sobral/CE conta a história onde o esfregar e o voar fazem parte do mesmo gesto coletivo.
Convidades
ANA CAMINHA
Ana Caminha pertence à terceira geração da família Caminha na Gamboa de Baixo, e faz parte de uma trajetória coletiva de luta de mulheres negras. É presidente da Associação de Moradores Amigos de Gegê da Gamboa de Baixo, atua em articulação com outras comunidades do Centro Antigo e esteve à frente de conquistas como o reconhecimento da comunidade como ZEIS no Plano Diretor de Salvador. Ana foi mobilizadora local e entrevistada no documentário “Pescadoras em Rede”.
VICTOR MOTA
Victor Mota é artista visual e pesquisador. Mestrando no Programa de Pós-graduação em Artes Visuais (EBA/UFBA) e bacharel em Artes Interdisciplinares (IHAC/UFBA). Atua na encruzilhada entre a performance, o vídeo e a fotografia, desenvolvendo uma pesquisa que gira em torno das representações das identidades afrobrasileiras, memória e ficção.
Em sua atuação artística recente se destaca a participação na exposição do Educativo do Muncab - Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira/BA (2023); o curta "EUVIADÍSSIMO" apoiado pelo Prêmio Cultura na Palma da Mão/BA (2022); participação na residência Pivô Pesquisa/SP (2021); exibição do curta "Pele Manchada" (2020) no Encontro de Cinema Zózimo Bulbul/RJ (2021) e no Panorama Coisa de Cinema (2021) e exibição do curta "Não é o sol que faz Sombra" (2020) no Festival Odù/BA e no Indie Memphis/EUA (2023).
COLETIVO TRAMA
Fundado em 2020, em Salvador (BA), a TRAMA é uma rede que tece processos criativos e de mobilização social a partir dos cruzamentos entre comunicação, artes visuais, arquitetura-urbanismo e educação. Se constrói no fazer de multilinguagens articulados, de forma engajada e criativa, às lutas pela garantia de direitos socioterritóriais. Atua coletivamente junto a movimentos sociais, associações de bairros e coletivos periféricos, tecendo a trama também com grupos de pesquisa universitários, organizações sociais ligadas aos direitos humanos e assessorias técnicas populares.
Mediação
GABRIELLA SUZART
Urbanista pela Universidade do Estado da Bahia e pós-graduada em Cidades em disputa - pesquisa, história e processos sociais pela Escola da Cidade, tem como interesse o estudo da história das cidades. Atualmente, é mestranda em Arquitetura e Urbanismo pela UFBA, e integrante do grupo de estudos Corpo, discurso e Território.
MARINA NOVAES
Mestranda em Urbanismo pelo PPGAU-UFBA com graduação em Arquitetura e Urbanismo pela mesma universidade, se debruça em estudar, pesquisar e atuar no campo do urbanismo a partir de questões de gênero e direitos ao território por meio do processo participativo e de multilinguagens. Possui atuação em escritórios entre Brasil, Itália e Equador através de criação e execução de projetos arquitetônicos, intervenções urbanas, oficinas e eventos. É membro do Grupo Corpo, Discurso e Território, Grupo Panoramas Urbanos - Extensão (panoramasurbanos.com.br) e Coletivo Trama (@coletivo.trama) entre pesquisa, extensão e produção participativa através de ferramentas de multilinguagem no campo do urbanismo.